10 coisas que vão te eliminar de uma vaga .NET pleno ou sênior
Está buscando novas oportunidades e quer saber 10 coisas que podem te eliminar de uma vaga para atuar com .NET como pleno ou sênior? Então você tem que ler este artigo.
Contextualizando
Existem várias coisas que podem nos levar a uma vaga ou nos tirar dela, e estas estão sujeitas a muitas variáveis, afinal, os entrevistadores são diferentes e algo que talvez importe para um, não importa para outro.
Entretando, estas 10 coisas que vou listar são itens que sempre observei durante os processos seletivos que fiz enquanto passei por grandes empresas de tecnologia.
Eu também separei estas dicas em duas partes, técnica e não técnica, afinal estamos sendo avaliados em um âmbito geral.
Você está sendo avaliado desde o começo
Quando falamos de pessoas sêniores e plenos, estamos avaliando-os em tudo e desde o primeiro contato. Então uma boa recepção é muito bem-vinda.
Nada de ser mal educado nas ligações, de desmarcar em cima da hora, de dar "piti" nas vagas ruins (Sem sugerir melhorias) nas redes sociais. Tudo está sendo avaliado.
Disclaimer
A ideia deste artigo é melhorar em diversos pontos seu desempenho nos processos seletivos e não comparar sua capacidade com outras pessoas.
Eu mesmo cometi e/ou cometo várias infrações nestas regras. É um exercício que faço sempre, o que significa que às vezes vou falhar, às vezes vou ter sucesso.
O importante é saber os pontos mencionados e ver se eles fazem sentido para você. Se você não acredita em um ou mais pontos listados aqui, não adianta aplicá-los, ficará algo totalmente artificial.
E também não tem problema algum você discordar ou mudar os pontos descritos aqui. Isto não é uma regra de ouro, escrito em pedra, são sugestões.
Itens técnico
Vamos começar pelo melhor e mais fácil de resolver, os itens técnicos, e não vou entrar em mérito de código aqui, são algumas características que transcendem linguagens e frameworks.
Não terminar
A forma mais fácil de reprovar em uma entrevista é não entregar o que foi pedido, ou seja, não terminar. Na verdade este é o maior gap que encontrava.
Muitas pessoas chegam para as entrevistas preparados, contando bem suas experiências, mas na hora do código, não conseguem entregar.
Isto ocorre por vários fatores, o primeiro deles é que nas entrevistas técnicas, provavelmente vão te tirar da sua zona de conforto.
Por exemplo, criar um Web Scraper ao invés de fazer um CRUD (API) que estamos acostumados no dia-a-dia. Eu mesmo usava muito Console App nas entrevistas, nem precisava chegar na API.
O intuito é sempre ver como a pessoa resolve os problemas, e as vezes é tão mecânico o que fazemos, que não dá para avaliar uma pessoa pedindo para ela fazer uma API.
É quase óbvio que ela conseguirá entregar uma API, ela faz isto o dia todo. Mas e quando a situação muda? Quando ela é colocada em uma posição desconfortável?
Um outro ponto que pega muito é o pragmatistmo. Avaliando um pleno/sênior, espera-se que o mesmo saiba quando ser prático e quando ser sofisticado.
Desta forma, é comum o tempo do teste terminar e a pessoa não ter nada pronto, apenas uma estrutura complexa, que serve muitas vezes para massagear o ego, mas não cumpre o objetivo.
Terminar de qualquer jeito
Outro ponto que sempre analisei muito é a forma que as coisas são entregues, o capricho nas nomenclaturas, nas estruturas, na padronização.
Entregar de qualquer jeito, apenas para terminar a tarefa é sinal que o tempo não foi utilizado de uma boa forma. Perdeu-se por exemplo, muito tempo tentando outras soluções e não focou em fazer bem feito o que precisava.
Existem um cenário que já passei, onde o candidato tomou como simples a tarefa e entregou algo totalmente raso, sobrando ainda quase metade do tempo. Particularmente, eu usaria este tempo para melhorar o que havia feito.
É muito fácil notar quando algo foi feito com carpicho. Muitas vezes damos mais valor a estes itens do que a possíveis erros que o código tenha.
Não saber explicar o que fez
Eu sempre vou questionar! É algo que faço com tudo e com código não é diferente. Acho que o mínimo que uma pessoa que escreveu um código pode fazer é saber descrevê-lo.
Então não posso copiar do Stack Overflow? Pode, desde que saiba o que o código está fazendo. Nenhum desenvolvedor(a) guarda toda sintaxe na cabeça, é impossível, o importante é saber o que quer e o que o código está fazendo.
Neste quesito, passei por muitos cenários onde encontrei implementações minhas (E de outros influenciadores) no código, quase como uma forma de "me agradar".
Não adianta, pode ser até um código que eu escrevi, eu vou perguntar sobre o que é, vou pedir uma explicação mais funda sobre o assunto.
Falta de entendimento do negócio
O teste técnico começa e a pessoa não pergunta nada, sai fazendo, codando igual um louco. Pois é, as chances de algo dar errado aqui são grandes.
Em diversos cenários, a explicação descrita ao candidato(a) é vaga, e às vezes proposital, para ver como o mesmo(a) se sai.
Como você, pleno/sênior, vai resolver um problema sem ao menos perguntar sobre ele? Como vou criar um Cadastro de Clientes se nem sei os campos que ele tem?
Entendo que tudo pode ser extremamente simples ou extremamente complexo. A solução (código neste caso) nunca vem antes do problema, então pergunte, tire suas dúvidas e foque no acerto.
Mediocridade
Uma vez, em uma aula de Jiu-Jitsu, perguntaram ao professor em quanto tempo uma pessoa normal pegava a faixa preta. Ele respondeu que uma pessoa normal não pega a faixa preta, ela desiste antes.
Nós passamos pelo menos oito horas por dia com as pessoas do nosso trabalho, são pessoas que muitas vezes se tornam parte das nossas vidas e que afetam diretamente nosso trabalho (E estresse).
Você contrataria uma pessoa que está preocupada apenas em entregar o básico? Ou procuraria alguém mais disposto, que quer ser acima da média, te puxar para cima.
Eu aprendi a valorizar mais a equipe do que a empresa. O CNPJ muda, as experiências que temos com as pessoas não! Então uma boa equipe faz toda a diferença.
Mediocridade é justamente buscar o mínimo para algo, e o contrário disso é o pragmatismo, que é fazer o melhor que você pode, no tempo que você tem.
Não técnico
Movendo para o conteúdo não técnico, acredito que estes pontos se estendam para vida e não apenas para o lado profissional.
Falta de pontualidade
Já falei por várias vezes que o bem mais precioso que temos é nosso tempo, uma vez usado, bem ou mal, ele se foi. Quem me conhece pessoalmente sabe que eu sou desapegado de muita coisa, mas o meu tempo eu valorizo demais.
Em todos os projetos que participei, dá para contar no dedo quais sairam no prazo, muita coisa se perde no meio, muitas prioridades mudam, mas o fato é que a falta de pontualidade é algo comum.
O mesmo ocorre para reuniões, encontros e entrevistas. É normal se atrasar, então quem é pontual já tem um diferencial (Que deveria ser obrigatório).
Se o horário da entrevista é às 14:00, 13:45 você já tem que estar com tudo preparado. Isto demonstra interesse, demonstra que você valoriza o tempo do outro e principalmente que você é preparado.
Agora se você chega em cima da hora, não tem nada pronto, não sabe nem o que vai responder se perguntarem o básico, fica muito complicado.
Imprevistos acontecem? Sim, mas o nome é IMPREVISTO por este motivo. O trânsito em SP não é um imprevisto, é previsível que você vai levar uma hora para sair do ponto A ao ponto B por quê sempre tem trânsito.
Acorde mais cedo, saia antes, faça um almoço mais curto, não vai para o cafezinho, economiza o tempo que puder para cumprir o horário, afinal seu tempo não é mais especial do que o de outra pessoa, vocês dois tem as mesmas 24 horas.
Comunicação falha
A comunicação é um ponto que sempre precisamos melhorar, mas em nível pleno/sênior, espera-se uma boa comunicação de imediato.
Isto inclui comunicar-se de forma efetiva, passar a mensagem correta, da forma correta, na hora correta e no contexto correto.
Entrevista agendada, o candidato não aparece e duas horas depois manda uma mensagem dizendo que ocorreu um imprevisto. Sério? Não conseguiu nem enviar uma mensagem avisando que não viria?
Outra situação é a comunicação não efetiva, aquela que não atinge nenhum objetivo, que deixa brechas ou pior, que cria ainda mais dúvidas.
Se você tem algo para falar, seja direto, passe a mensagem correta. Entenda que não estou dizendo para ser rude, grosso ou direto e reto, mas sim efetivo.
Entenda que pessoas são diferentes, isto inclui falar de forma diferente com elas. Eu por exemplo, não gosto de enrolação, me diga o que precisa dizer e pronto.
Já outras pessoas se magoam com mais facilidade, interpretam as coisas de forma diferente. Ter este feeling não é fácil, mas a comunicação é algo que precisa ser ajustado de pessoa para pessoa.
Então se você quer passar uma menssagem de forma eficaz, você precisa entender como aquela determinada pessoa reage a determinado tipo de situação.
Não conseguir resolver problemas
Esta talvez seja a pior coisa que pode acontecer aqui. Um pleno ou sênior será contratado para resolver problemas, então já sabe, tem que se virar.
Ouvi uma história outro dia de uma pessoa que estava sendo contratada e perdeu o prazo da entrega dos documentos por que não conseguiu imprimir. Como espera-se que esta pessoa resolva os problemas da empresa?
Dentre outros casos, a própria entrevista é uma boa análise. Muitas vezes os candidatos perguntam sobre horário, local, em cima da hora, isto já demonstra um despreparo.
Teve uma vez que o candidato não conseguiu acesso a empresa, foi barrado na entrada por um erro de CPF e voltou para casa. Sério, nem ligou para tentar resolver o problema.
Muita reclamação e pouca ação
Reclamação sem ação só gera desgaste emocional. Se você não pode mudar algo, não tem por que pensar sobre isto. Se algo ainda não aconteceu, não tem por que pensar sobre isto também, foque no agora.
Procure sobre estoicismo, tem lições valiosas de filosofia neste tema que gosto muito.
Infelizmente, nas redes sociais vejo muitos comentários ofensivos e sem nenhuma base sobre vagas. Existem vagas muito mal elaboradas, eu concordo, mas seu comentário público, criticando elas sem sugerir uma mudança, não ajuda em nada.
Então, reclamar sem sugerir uma boa mudança, não adianta. Em adicional, elogios fazemos em público, críticas fazemos no particular. Você acharia legal alguém comentar no seu perfil público reclamando sobre você?
Muito provavelmente quando você chegar em uma empresa, ela terá vários problemas, e provavelmente eles sabem disso, já foram levantados mas ainda não foram resolvidos.
Se o seu processo foi ruim, dê feedbacks, sugira melhorias, tome uma ação em cima. Durante a entrevista, apenas faça, depois você comenta tudo o que precisar.
Mais uma história intrigante aqui, uma vez eu fui entrevistar uma pessoa, e ela passou quase 30 minutos questionando sobre a eficácia teste. Resultado: Teve que fazer o teste em 30 minutos ao invés dos 60 que tinha no começo.
Você deve questionar, deve dar feedbacks, mas primeiro faz, depois cobra. A hora de questionar é antes ou depois, durante o teste o tempo é seu e você usa como quiser.
Você pode discordar e não querer fazer o teste, é plenamente compreensível, mas naquele momento, durante o teste, nada ia mudar, nem podia ser mudado.
O teste foi aplicado a mais de 100 pessoas, não havia como mudar ali, naquela hora, para aquela pessoa em específico. Então era fazer ou reclamar e fazer em menos tempo. Infelizmente ela optou pela segunda opção.
Organização
Ser uma pessoa organizada é imprescindível para qualquer profissional. Seja no código, nos compromissos, na vida como um todo.
A medida que crescemos notamos que nossas tarefas aumentam mas nosso tempo não, então a organização é a chave para executar múltiplas tarefas de forma eficaz.
Na verdade eu colocaria organização como mínimo esperado, mas de fato é algo complicado de se aplicar. Então organize-se, utilize ferramentas como Outlook, Asana, ou qualquer outra, mas tenha tudo visível que precisa ser feito.
Uma boa organização mitiga vários dos itens mencionados anteriormente e ajuda na pontualidade. Vale lembrar que organização sem execução não serve para nada.
Conclusão
Muitos destes pontos são exercícios constantes, o que significa que levam anos para exercermos com determinada habilidade. Lembre-se que a cobrança é para você ser uma pessoa melhor, não melhor que os outros.